Com todo esse contexto de saúde pública que estamos acompanhando, o trabalho remoto deixou literalmente de ser o futuro para ser o presente e meio que, a obrigatoriedade para preservar vidas e evitar um colapso econômico.
Já deixamos claro na última Sexta-feira que adotamos o home-office aqui na Vibbra! por tempo indeterminado e que #estamosjuntos e totalmente abertos para ajudar as empresas que querem fazer o mesmo.
E esse aqui é o primeiro de uma série de materiais onde iremos compartilhar todo o nosso conhecimento e experiência nesse assunto. Sem restrições, pois entendemos que isso é o mínimo que podemos fazer nesse momento.
Porém, não vamos seguir uma linha teórica, mas sim prática, compartilhando o que vivenciamos em mais 4 anos de experiência com equipes distribuídas, tanto nos mais de 300 projetos de clientes, quanto aqui mesmo com a nossa equipe Vibbra!. Afinal, nascemos do home-office e até hoje nunca tivemos a equipe 100% presencial em um mesmo escritório (e acho que nunca teremos).
Vamos começar compartilhando com você gestor(a)/liderança, 8 fatos sobre o trabalho remoto que se comprovam após vivenciar bastante o modelo. Use esse material como premissa na hora que for implementar o home-office com sua equipe.
1 – Nem todas as pessoas sabem trabalhar nesse modelo
Sim, isso é fato e até meio óbvio e com certeza muitos da sua equipe não sabem e não irão gostar de ter que trabalhar em home-office. E isso não tem nada de errado. Assim como você pode gostar de trabalhar ouvindo música e outra pessoa não. É simplesmente uma questão de preferência quanto ao formato de trabalho.
Saber trabalhar de casa com eficiência é uma questão de prática e não é a leitura de um livro ou um post com dicas que o torna apto. Por isso, mapeie na sua equipe quem já teve alguma experiência mínima de trabalho remoto. Mas experiência de mercado e não acadêmica ou com projetos pessoais paralelos. Aqueles que nunca tiveram contato com o modelo precisarão de muito apoio e orientação para conseguirem ser produtivos trabalhando de casa.
2 – Eleja apoiadores, você precisa de ajuda para implantar o trabalho remoto
Aqueles que já atuaram com o modelo remoto que comentei no item acima, precisam agir como apoiadores na adoção do home-office para aqueles que não possuem experiência. Dependendo do tamanho do seu time, você como gestor(a) não conseguirá estar disponível toda hora para todo mundo. Eleja esses apoiadores e alinhe em uma conversa diretamente com eles, quais pessoas precisam de um maior acompanhamento.
Como sugestão, recomendamos que peça ajuda para esses apoiadores na criação de um documento que centralize o compartilhamento de dicas e orientações sobre o trabalho remoto. Esse material com o tempo pode se tornar o playbook da sua empresa na adoção do modelo com futuros colaboradores (use esse momento de crise como oportunidade para a abertura da sua empresa ao remoto daqui pra frente).
3 – Não force o modelo presencial no trabalho remoto
Na verdade o ideal seria você não forçar nem o modelo home-office para a sua equipe, afinal, nada funciona forçado. Mas no contexto atual não temos muita alternativa, então ao menos não force que as pessoas trabalhem de casa como se estivessem no escritório, pois não estão. No escritório você tem um ambiente controlado e previsível, já na casa de cada membro da sua equipe, não, e você precisa saber lidar com essa falta de “controle”.
Sei que no presencial é só virar a cadeira e falar com seu colega pra tirar uma dúvida, apesar de essas interrupções serem bem ruins em quantidade. Mas no remoto, você precisa entender que a atenção dele pode estar focada em outra coisa no momento e não ter uma resposta imediata como no presencial, faz parte desse novo formato que estão adotando.
4 – O(A) gestor(a) tem grande responsabilidade pelo sucesso do modelo remoto
Cansamos de ver projetos não funcionarem no formato remoto por problemas de gestão. Eu quando comecei a adotar o remoto apanhei muito até entender isso. Você como gestor precisa cumprir o seu papel e ele não é de cobrança e controle, mas de apoio, suporte e orientação da sua equipe. Depois que você fez o básico de gestão que é, alinhar processos, ferramentas, expectativas e objetivos com sua equipe, no modelo remoto você precisa fazer o que aqui na Vibbra! chamamos de check-ins. E não estou falando das reuniões diárias das metodologias ágeis.
O gestor no remoto tende a interpretar que se não está sendo procurado ou notificado de problemas, eles não estão estão ocorrendo e está tudo fluindo muito bem. Errado! No remoto os profissionais tendem a querer resolver tudo sozinhos e por não estarem vendo a equipe, não se encorajam a pedir ajuda como pediriam no presencial. Você como gestor precisa oferecer apoio constante, entender como está indo o trabalho de cada um e em muitos casos, muitos mesmos, você verá que consegue ajudar com orientações que nem mesmo o seu liderado percebeu que precisava.
5 – Não faça microgerenciamento, ainda mais no remoto
Ainda sobre gestão, se você é o gestor e não tem experiência com equipes remotas e distribuídas, é bem provável que tenha medo da falta de controle do time. E é muito fácil esse medo conduzir ao microgerenciamento. No presencial já é uma prática bastante improdutiva e no remoto é ainda pior. Nessa hora você precisa mais do que nunca confiar nas pessoas e apostar que está de fato trabalhando com adultos responsáveis e que farão o seu trabalho, independente se estão trabalhando de casa.
Ficar toda hora chamando as pessoas em uma ferramenta de chat para saber se estão trabalhando no que foi acordado, ou inundar suas caixas de emails com mensagens desnecessárias sobre o projeto, além de gerar distrações, gera uma sobrecarga de trabalho ao profissional por ter que parar para ficar respondendo você por uma insegurança que é sua, não deles. Seja um bom gestor e não atrapalhe. Deixe o seu time produzir e remova os impedimentos que estão em seus caminhos.
6 – Foque em entregas e não no cumprimento de horas
Conforme você ganha experiência com o trabalho remoto, começa a perceber que ele se trata de entrega de valor e não de carga horária de trabalho. No modelo presencial você tem a ilusão de que a pessoa por estar ali, fisicamente na sua empresa, 8h por dia, está trabalhando esse tempo, quando na verdade todos sabemos que ela produz mesmo cerca de 5h a 6h, o resto é gasto com outras coisas que não são trabalho. E no modelo remoto, aí sim que você não terá certeza alguma se a pessoa está de fato cumprindo 8h por dia, terá de confiar nela. A sua vantagem como gestor é que o trabalho remoto irá mostrar claramente quem da sua equipe performa de verdade e quem fica no escritório passando tempo.
Sabemos que a nossa CLT não flexibiliza muita coisa e exige sim que sejam cumpridas as 8h diárias de trabalho, mesmo assim você e seu time precisam focar em entregas dentro dessas horas e não apenas no cumprindo delas. Quem atua com métodos ágeis já está bem familiarizado com isso. Como sugestão indico a definição de entregas por semana da sua equipe ou por pessoa do time. Assim, cada um poderá se organizar para investir da melhor forma o seu tempo de trabalho em prol de cumprir a entrega com a qual se comprometeu.
7 – Os melhores processos e ferramentas são os que funcionam para sua equipe
Nos últimos dias estamos vendo uma série de postagens sobre trabalho remoto de como agir e de que ferramentas usar. É importante absorver esses conteúdos como sugestões e não regras. Cada equipe em cada empresa tem o seu contexto próprio e agora com o remoto, além disso entra para essa mistura o contexto de vida de cada membro da equipe no seu âmbito pessoal, já que estarão levando o ambiente de trabalho para dentro de suas casas. Você como gestor precisará definir processos e ferramentas com seu time, mas acima de tudo precisa estar aberto a mudanças caso o que foi definido não esteja funcionando na prática.
Posso exemplificar com um caso da nossa equipe da Vibbra!. Adotamos o Slack como ferramenta de comunicação interna da equipe, além de mantermos um grupo no WhatsApp para comunicações de maior urgência. O que vimos foi que o Slack não teve muita aceitação por parte do time e o WhatsApp, mesmo para assuntos não tão urgentes, estava funcionando super bem pra nós. Então, não faz sentido insistir em algo que pra nós não estava funcionando. Defina, teste, aprenda e se adapte.
8 – Remoto é sobre o trabalho se adaptar às pessoas e não o contrário
Como comentei no item 7, quando as pessoas vão para o home-office, estão levando o ambiente de trabalho para dentro de suas casas, ou seja, é o trabalho que precisa respeitar esse novo ambiente em que está e não o contrário. Cada pessoa tem sua vida e ela é sempre mais importante do que o trabalho. Por isso, esperar que as pessoas estarão sempre disponíveis e cumprindo um certo horário fixo em suas casas, é ilusão. Entenda que é assim e saiba se adaptar a algo que é inerente desse novo modelo.
Com certeza surgirão demandas pessoais na casa de cada um que exigirão atenção, mesmo em horário de trabalho. O importante aqui é saber lidar com essas interrupções sem que elas impactem na entrega de resultado, além de evitar que sejam constantes. No trabalho remoto a adaptação deve fazer parte do dia a dia e o foco precisa ser no resultado entregue, mesmo que isso implique em ajustar aqui ou ali os seus horários, seus processos, ferramentas e o ambiente de trabalho no seu home-office.
Cada um desses 8 itens acima foram embasados na experiência que tivemos com o modelo remoto por anos, ou seja, não se tratam do que achamos ou não legal se fazer. É um compartilhamento de conhecimento obtido de forma prática.
Então, use esse conhecimento da melhor forma para o seu contexto e equipe. E caso precise de ajuda, entre em contato!
#estamosjuntos