Muito além de trabalhar de casa (ou de onde você quiser – em tempos não pandêmicos), trabalho remoto significa uma série de valores e comportamentos. Entenda porque e descubra se você está realmente pronto para viver e aprender a cultura do trabalho remoto
Por que trabalho remoto é cultura?
Fala-se muito sobre cultura empresarial e muitos se perguntam, neste momento, sobre como será a cultura de cada empresa no pós-quarentena. Segundo o estudo “Tendências de Marketing e Tecnologia 2020”, o número de empresas que adotam o trabalho remoto como parte de sua cultura deve crescer em 30% após a pandemia. Isso nos leva a crer que, cada vez mais, o trabalho remoto será parte do cotidiano de muitas empresas, não ficando restrito apenas à experiência do contexto atual.
Para aquelas empresas que não nasceram remotas, e que hoje precisam adotar esse modelo, é válido refletir sobre que valores são partilhados entre as pessoas que costumavam se reunir todos os dias em um mesmo escritório. Para além de compartilhar de um mesmo espaço de trabalho, o que mais essas pessoas partilham? Ideias, formas de ser, agir e pensar que, conjuntamente, fazem da empresa ser o que ela é. Ou seja, é preciso pensar nos valores partilhados pelas pessoas de uma mesma empresa e em como esses valores são traduzidos em ações que fazem a empresa, como um todo, funcionar, se posicionar, se comunicar, se relacionar com as pessoas e o meio no qual estão inseridas.
Transformações no contexto e na cultura de cada empresa
Sabemos que todo o contexto de pandemia deve provocar mudanças, alterando ou fortalecendo aspectos até mesmo centrais da forma de fazer/ser de algumas empresas. Gostamos de lembrar que nenhuma cultura é estática e não está, nem nunca estará, imune a tudo o que acontece no mundo. Afinal, estamos falando de pessoas e as pessoas… estão em constante movimento! Portanto, se na sua empresa existe algum código cultural definido, talvez agora seja hora de revisá-lo e discuti-lo com sua equipe.
Além disso, o trabalho remoto é um estilo de vida. Quando nos remetemos a esse modelo, precisamos ter em mente que nos remetemos a pessoas cujo conjunto de valores tendem a estar fortemente atrelados a um desejo de liberdade e à uma alta capacidade de autogerenciamento.
Com tudo isso em mente, convidamos a você a nos acompanhar na discussão de dois pontos que acreditamos serem essenciais na hora de pensar sobre a aderência do trabalho remoto como um modelo de trabalho para sua empresa.
Disciplina que liberta
Uma das primeiras coisas que procuramos observar em um candidato à vibbrante é sua capacidade de organização e disciplina. Uma pessoa que entende que trabalho remoto tem muito mais a ver com a gestão do próprio tempo do que com a ideia de que é possível realizar suas atividades “a qualquer hora”, ou de qualquer lugar, visto que o sonho da maioria dos profissionais é trabalhar e viajar pelo mundo, está muito mais apta ao trabalho remoto do que as demais.
Profissionais com alta e boa performance no modelo, além de ter uma grande paixão pelo que fazem, sabem lidar com um cotidiano de trabalho pesado e extrair prazer dele. Sabem se organizar, gerir seu tempo com pausas e momentos de descompressão. Sabendo que muitas vezes precisam estar presentes em horários comerciais e que também podem se organizar para trabalhar no seu horário de mais concentração. A disciplina na comunicação é também muito importante quando se está remotamente. É preciso combinar seus horários com a equipe ou cliente, assim como reportar problemas e tomar decisões conversadas e certeiras.
Gestão que confia
Falando em estipular tempos e prazos… trabalho remoto também significa autogestão e liderança distribuída. Aqui, novamente estamos tratando de liberdade e lembramos que ela precisa vir acompanhada de confiança. Cabe ao gestor confiar em seus colaboradores, assim como cabe ao colaborador gerir o próprio tempo e a distribuição de suas próprias tarefas. Imaginamos que aqueles profissionais que já trabalhavam com bastante autonomia no escritório tenham tido maior facilidade em se adaptar ao trabalho remoto nesse momento. Afinal, autogestão já costumava ser parte da sua prática de trabalho.
Além da gestão do tempo e das tarefas, trabalho remoto (especialmente aqueles realizados por projeto) também tem a ver com a capacidade de dimensionamento das atividades x capacidade produtiva. Mesmo que seja difícil prever com precisão milimétrica a demanda que cada atividade pode vir a requerer, um profissional remoto experiente tende a saber, mais ou menos, quanto tempo será necessário para realizar cada atividade. É essa capacidade de dimensionar a demanda de uma atividade x a capacidade de avaliar qual a sua capacidade produtiva do dia, que lhe permite estipular prazos de forma mais assertiva e, inclusive, precificar seu trabalho.
Resumindo…
Trabalho remoto é muito mais do que trabalhar de casa: é disciplina, é organização, é capacidade de autogestão e, finalmente, é também, uma forma cultural de se lidar com o trabalho em si.